O Circo e outros contos

Por S. Barreto

Código do livro: 567918

Categorias

Psicológico, Fantasia, Clássicos, Vida Cristã, Realismo Fantástico, Ficção

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Sinopse

O conto mais extenso do volume de título “O Circo” ou poderíamos considerar uma “novela?” Enfim! Dividido em 3 partes não esconde a influência clara de A Revolução dos Bichos de George Orwell, um de seus autores contemporâneos favoritos. Ao passo que este tem como cenário uma fazenda na qual bichos promovem uma revolução contra seu dono – o Sr. Jones; naquele o palco é um circo onde animais considerados “exóticos”, engendram igualmente uma rebelião com vistas a se “libertarem” dos desmandos opressores promovidos pela família do ambicioso Mr. Hermman. Na segunda, o motim é liderado por um porco “Major”; na primeira, um Macaco, sem denominação própria, mas sempre mencionado com “M” maiúsculo, evidenciando a proposta do autor em elevar o posto dos animais ao patamar de seres “humanizados”. Em suma, ambas são similares por terem como protagonistas animais, tendo os “humanos” como antagonistas cuja ideia principal é contestar a ideia de poder ou seja, a dominação de um grupo (minoritário) por sobre o outro (majoritário). Muito depois, o próprio autor confessa ter descoberto que o escritor britânico compôs sua “fábula” remetendo a uma paródia no afã de tecer suas ácidas críticas pelo qual a “Revolução Russa” tinha se tornado. Se soubesse disso anteriormente como autocrítica, Barreto teria contextualizado sua narrativa em referência a “Revolução Cubana”, que embora uma ilha, em determinado momento, obteve sua influência simbólica global. Mesmo reconhecendo o lapso, o enredo não deixa de prender atenção do público para uma mensagem bem mais nobre. Não somente escarnecer os maus tratos sofridos pelos animais; mas denunciar os mecanismos de dominação que alguns setores sociais têm feito uso; sem deixar, contudo, de propor o devido antídoto para se livrar de “grilhões” dessa natureza.

*

Tanto em “O Circo”, como no julgamento divino presente no posterior conto “A Criação” no decorrer do livro os leitores darão de cara também com “julgamentos”. Neste último o Todo-Poderoso Deus Onisciente percebe a forma ardilosa com que o anticristo se infiltra em Seu Reino na intenção de burlar o sistema de criação no sentido de habitar a terra com o fito de pôr em prática seu objetivo final, melhor explicitado no livro do Apocalipse. Análise jurídica do seu “julgamento” é um outro campo a ser explorado em se tratando desse livro especificamente, já que o autor conta com formação nessa área também. Esses e os outros dois contos menores (em tamanho) podemos já constatar presentes um dos elementos principais da literatura s.barretiana, o absurdo, caráter recorrente em toda sua obra ficcional. Destaca o filósofo e romancista Albert Camus (O mito de Sísifo. RJ: BestBolso, 2010, p. 27) sobre tal “condição” como: “[...] aquele singular estado de alma em que o vazio se torna eloquente, em que se rompe a corrente de gestos cotidianos, em que o coração procura em vão o elo que lhe falta, ela é então um primeiro sinal do absurdo.” Esse mesclado com outra categoria bastante recorrente na sua prosa o fantástico, conduz um leitor um mundo bastante desafiador. Onde e em qual momento seria facultado a um mortal a possibilidade de convencer a morte em adiar seu único objetivo pela qual foi criada? Em “Negociando o Fim” isso foi possível! O inconformismo com a finitude do abandonado Seu Antônio, impulsionado por seus sucessivos conflitos existenciais, em sua última e desesperadora tentativa em adiar seu fim. E logo com quem? Isso mesmo, diretamente com a morte! Assim como o anticristo quis, em vão, ludibriar Jeová; o mesmo acontece com o pobre idoso em seu insucesso infrutífero em negociar o inegociável – seu fim terreno. “O fantástico ocorre nesta incerteza: ao escolher uma ou outra resposta, deixa-se o fantástico para se entrar num gênero vizinho, o estranho ou o maravilhoso. O fantástico é a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis naturais, face a um acontecimento aparentemente sobrenatural.” (Tzvetan Todorov, Introdução à Literatura Fantástica. 3. ed.. SP: Editora Perspectiva, 2004, p. 30-31). Por fim, “À Deriva”, o escrito mais curto mas com forte intensidade existencialista faz referência a um, até então, passageiro de uma embarcação que decide – do meio pro fim – se lançar em alto mar. Talvez o texto mais autobiográfico, fala na verdade, de como uma pessoa que se sente desamparada quando decide – contrariando a vontade coletiva – tomar o rumo da própria vida, impingindo a si mesmo um niilismo sem fim, tal como os horizontes infindos do mar que passará a enfrentar.

Características

ISBN 9786500735499
Número de páginas 156
Edição 2 (2023)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Polen
Idioma Português

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Fale com o autor

S. Barreto

SAULO BARRETO Lima Fernandes é natural de Teresina/PI tendo nascido em maio do ano de 1983. De hábitos simples gosta de correr, assistir documentários, ouvir música clássica barroca e aprecia uma boa macarronada à carbonara. Reside, atualmente, na ilha de São Luís no Maranhão onde bacharelou-se em Direito, pela Universidade CEUMA, tendo sido aprovado no XXI Exame de Ordem. Anos depois, torna-se também, Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais (Antropologia, Sociologia e Ciência Política) pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA e Técnico em Transações Imobiliárias – TTI pela CENFORP/MA. Concluiu, ainda, presencialmente, em 2018, o Curso Cristão RHEMA - Centro de Treinamento Bíblico (2 anos). Amante do conhecimento e cônscio de que nada sabe, cursa atualmente o 3° período do curso de História na Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Iniciou sua vida pública estagiando e trabalhando na Secretaria Municipal de Educação de São Luís - SEMED e hoje atua fazendo parte do quadro público federal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Recentemente, alguns de seus livros foram aceitos para compor o acervo da Biblioteca Nacional de Portugal, além de ser um dos agraciados com a “Medalha 180 anos Brigadeiro Tibúrcio”. Saulo já configurou como organizador, autor e coautor em mais de uma dezena de obras. 1° Secretário da Sociedade de Cultura Latina do Maranhão - SCL/MA, atualmente é um dos grandes estudiosos e responsáveis pelo resgate e reedições das obras de seu mais ilustre consanguíneo - o poeta crateuense José Coriolano (1829 - 1869). No prelo, organiza e comenta um livro de prosa com mais 6 poesias inéditas do referido poeta.

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