OS REGALOS DA AZANHA

Tem purezas que, caso estraguem... ... a gente ouroborosa...

1, 2 e 3: amizade sem desejos, loucura sem vício e coração sem choro...

Na primeira vez, tropeçaram em mim; na segunda, tropecei em mim; na terceira, tropecei no desejar...

1995. Falou que tinha curiosidade de ver como eu fazia a barba; brinquei que talvez, um dia, ela acordasse e eu estivesse fa-zendo...

Noites depois, na lanchonete do Leão Branco, falei da Va-nessa, e ela digressou para os ciúmes...

... E eu falei que ela estragou a amizade... Fui para casa...

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... Fugi por semanas... ...

Aí, roubei um vinho do Antonio, roubei a obra completa em prosa do Fernando Pessoa, na biblioteca municipal e desci lá... Ela estava de saída... indo embora para Curitiba. Foi foda!

1996. Estávamos cheirando um pó desde ontem a noite.

A Sidneia chegou de Londrina às 4 da manhã. Ficou chei-rando, até a padaria abrir, para comprar cigarro e poder ir dormir.

Pediu para fazer “casquinhas” (crack). Pegou a colher, ficou fazendo aquilo com o isqueiro e passando a pontinha do dedinho de semideusa, dela: desgrudavam umas casquinhas.

Fumou... deu para o Alex... também pipou e passou para mim...

Eu desprezava e temia o crack, mas a Sindy era uma mu-lher linda e gostosa, senti vergonha de não fumar.

A parada escorreu por dentro imediatamente, igual o espi-nafre do Popeye! Foi fudido!

1997. Tati T.

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... To snap or to fracture... to crack or to break... to bust or to shatter or to smash... ... behold, the reticences...