Esta coletânea evidencia de modo exclusivo a força da poesia nas obras de José Lins do Rego. O objetivo desta obra é lançar luz sobre a extraordinária capacidade de José Lins em compor verdadeiros poemas em prosa para evocar a atmosfera, os sentimentos e as imagens do Nordeste brasileiro.
Em José Lins do Rego a poesia faz-se presente como em poucos escritores nacionais, permeando grande parte de sua obra, de maneira surpreendente como as cheias do rio Paraíba, que ninguém mais do que ele soube narrar em nossa literatura, descrevendo sua força recriadora de cenários, modificando a paisagem seca do Nordeste brasileiro em mata ciliar florida, verdejantes pastos, e um mar de lavoura de cana de açúcar, que se estendia viçosamente, dançando ao vento, embandeirado pela umidade das várzeas. Mas a poesia na obra do autor de Usina não é apenas um mero recurso estético, utilizado para o embelezamento do texto literário, mas uma ferramenta indispensável para ênfase de seu realismo lírico, destacando-lhe, não apenas como um proeminente escritor regionalista da geração de 30, mas como um dos maiores prosadores da literatura em língua portuguesa.
Artífice de verdadeiros poemas em prosa, José Lins do Rego poderia muito bem, sem nenhum demérito, ser chamado de poeta, pois foi criador de uma vasta produção de textos líricos, impregnados da mais pura poesia, que nada devem aos mais renomados poetas do modernismo brasileiro. Quem pode ler, por exemplo, o trecho do romance Menino de Engenho, que intitulei Fogo na Cana (página 84 deste livro), e não dizer que é um dos poemas mais belos e realistas de nossa literatura?
O fato é que o consagrado escritor paraibano, orgulho das letras nacionais, soube enriquecer sua prosa com a mais pura poesia, como que a impregnasse com o cheiro das flores do campo, da terra molhada pelas primeiras chuvas, das frutas maduras dos pomares da várzea do rio Paraíba, e da fumaça do caldo de cana, fervendo nos tachos, que impregnava tudo, espalhando-se mundo afora.
Agora tenho o imenso prazer de convidar a todos os amantes da poesia para saborearem estas páginas, com gosto de caldo de cana madura, de mel de engenho e de rapadura!
Boa leitura!
— Antonio Costta (Poeta, escritor e artista plástico)
ISBN | 9781304798565 |
Número de páginas | 174 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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