O Olho de Hoor I(1)

Jornal de Pesquisas Thelêmicas

Por Fernando Liguori

Código do livro: 197195

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Filosofia, Religião, Teologia, Filosofia / Religião, Mente & Corpo, Metafísica

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Sinopse

Os métodos principais de consecução espiritual da A∴A∴ são a magia e o yoga. Esses serão, portanto, os dois temas principais de O Olho de Hoor. Embora o yoga seja amplamente abordado pela Ordem, nos últimos vinte anos tenho notado total displicência por parte da maioria dos Irmãos. Assim, O Olho de Hoor traz uma coluna de estudos profundos acerca do yoga, na intenção de melhorar a qualidade das práticas e o entendimento mais fiel da tradição e seus reais benefícios na jornada espiritual.

Algumas matérias trarão conteúdo prático, tanto de yoga quanto de magia. Os rituais de magia publicados em O Olho de Hoor seguem os códices thelêmicos e foram designados para prática pessoal, mas podem ser adaptados para execução em grupo.

Vamos fazer uma breve análise do conteúdo dessa edição.

A Sagrada Ordem

Por volta de 1906, Crowley invocava diariamente o Sagrado Anjo Guardião através da invocação de um Papiro Mágico Greco-Egípcio. Esse papiro, posteriormente, viria a ser a principal inspiração de Liber Samekh, que ele preparou na Abadia de Thelema. Nessa época, ele estava em viagem pelo Sul da China com Rose e sua filha, ainda bem pequena. Crowley passou por inúmeras experiências místicas durante essa viagem que o levaram a iniciação do Grau 7°=4, Adeptus Exemptus. Essa iniciação somente foi confirmada em 1909, mas ele tinha a certeza absoluta de que os deuses haviam preparado algo para ele. Essa percepção ocorreu depois de sofrer uma queda a cavalo que poderia tê-lo tirado a vida. Pessoalmente, sua vida parecia à beira de um precipício.

Ao retornar para Inglaterra, Crowley se deparou com a morte de sua filha, acometida por tifo e pela síndrome alcoólica de Rose. Isso o levou a considerar que os deuses estavam lhe punindo pelo desmazelo com o qual estava tratando seus deveres como profeta escolhido.

Enfermo, Crowley passou alguns dias na companhia de seu amigo e mentor na Aurora Dourada, George Cecil Jones. Em Liber LXI ele diz o que aconteceu em seguida:

“19. Retornando à Inglaterra, ele deitou seus conhecimentos humildemente aos pés de um certo adepto D.D.S., o qual o acolheu fraternalmente e admitiu seu título ao grau que ele tão dificilmente conquistara.

20. Portanto, esses dois adeptos conversaram, dizendo: «Não está escrito que as tribulações serão encurtadas?» Por conseguinte, eles resolveram estabelecer uma nova Ordem, a qual deveria ser livre dos erros e imposturas da anterior.

21. Sem Autoridade, eles não poderiam fazê-lo, a despeito da exaltação de seu posto entre os adeptos. Eles resolveram preparar todas as coisas, grandes e pequenas, para o dia em que aquela Autoridade fosse recebida por eles, já que não sabiam onde procurar por adeptos mais altos do que eles mesmos, mas sabiam que o verdadeiro caminho para atrair a sua atenção era equilibrar os símbolos. O templo deve ser construído antes que o Deus possa habitá-lo.

27. Na plenitude do tempo, igualmente a uma árvore florida que carrega frutos em sua estação, todas aquelas dores terminaram, e estes adeptos e seus companheiros obtiveram a recompensa que eles buscavam - eles deviam ser admitidos à Eterna e Invisível Ordem que não tem nome entre os homens.”

Para divulgar ao mundo a Ordem que não tem nome entre os homens Crowley se viu em um ambicioso projeto, a publicação periódica do The Equinox, Órgão Oficial de Divulgação da A∴A∴, que apareceu entre 1909 e 1913. Durante os primeiros anos da publicação de The Equinox a A∴A∴ recebeu inúmeros pedidos de afiliação e hoje é possível encontrar Irmãos da A∴A∴ nas partes mais remotas do Globo. Este texto, A Sagrada Ordem, é de autoria de Frater ON120 e foi escrito especialmente para abrir essa edição de O Olho de Hoor, na intenção de expor a estrutura e sistema de iniciação da A∴A∴.

Introdução a Tradição de Thelema

Este texto, escrito por Frater Ehben53, Dominus Liminis da A∴A∴, é uma orientação acerca dos princípios fundamentais de Thelema, costumes e datas especiais. Trata-se de uma introdução ao universo thelêmico em uma linguagem clara e de fácil assimilação. Ideal para pessoas que desejam conhecer a Filosofia de Thelema e não sabem por onde começar.

Thelema: Uma Nova & Amarga Verdade

A experiência espiritual do Aeon de Horus é não catastrófica. Diferente do Aeon de Osiris, a Morte não é o símbolo da consecução mística. No Aeon de Horus, o padrão de desenvolvimento espiritual se baseia na Fórmula Mágica da Criança. No Aeon de Osiris, o Atu XX do Tarot retratava o Último Julgamento e a ressurreição dos mortos.

“Eis que eu vos declaro um mistério: nem todos adormeceremos, mas certamente, todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Porquanto a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis.”

No Novo Aeon, o Atu XX retrata a Estela da Revelação. Na parte de baixo da carta, a letra Shin sugere uma flor, compreendendo três indivíduos crescendo sob a luz de uma Nova Lei.

A Fórmula do Aeon de Horus pode até sugerir um crescimento estável, contínuo e sistemático que se inicia com o nascimento de uma Criança. Mas essa é uma impressão equivocada. Embora a progressão iniciática do Novo Aeon emule o crescimento de uma criança, o ponto inicial não é o nascimento, a concepção ou mesmo a morte.

“Olhai! Onde estão agora as trevas e o terror e a lamentação? Pois tu nascido no novo Aeon, tu não sofrerás da morte.”

Por outro lado, proclamar que mors janua vitae, quer dizer, a morte é o portal da vida, não é um erro ou mesmo um paradoxo, pois a Fórmula do Aeon de Horus é a Fórmula do Contrário, do Oposto, do Adverso. Pelo menos do ponto de vista abaixo do Abismo.

Na prática, o Candidato a Iniciação no Novo Aeon não segue o caminho que leva do nascimento a morte, mas o caminho que segue a partir do reino dos mortos. É o não-iniciado que trilha a jornada do nascimento a morte, enterrado pelos escombros dos Qliphoth, a velha terra cinza.

Iniciando como morto, o primeiro objetivo do Candidato é a ressurreição do reino dos mortos que o profano chama de vida, portanto, revertendo a Roda a fim de se tornar a Criança e entrar novamente no útero da Mãe. Liber LXV o convoca a despertar:

“Então deixai o Fim despertar. Por muito tempo tu tens dormido, Ó grande Deus Terminus! Por longas eras tu tens aguardado nas margens da cidade e das estradas de lá. Desperta Tu! não espereis mais!”

Terminus é o nome da criativa centelha da Vontade «Chiah» que dorme além do Nephesh e do Ruach. O Candidato a Iniciação dorme na Natureza «Isis» como o defunto Osiris. A parábola de Lázaro transmite essa doutrina:

“Tendo dito essas palavras, prosseguiu explicando-lhes: «Nosso amigo Lázaro dorme, mas Eu vou até lá para despertá-lo.”

Para despertar a Vontade de seu sono, o Candidato deve primeiro perceber sua condição de torpor para que possa escutar a Trombeta de Israfel, o chamado do Sagrado Anjo Guardião.

“Eu aguardo o despertar! Os chamados do alto Do Senhor Adonai, do Senhor Adonai!”

Mas não basta apenas ouvir o chamado para conquistar a Grande Obra. Muito esforço deve ser empreendido antes da recompensa final. Se o Candidato almeja se levantar dos mortos, ele precisa tirar a pedra que sela a catacumba por seus próprios esforços.

Esse chamado normalmente não é reconhecido pela percepção destreinada do Candidato. No início da jornada, suas faculdades intuitivas ainda não se desenvolveram o suficiente para perceber o chamado sutil do Sagrado Anjo Guardião e distingui-lo dos desejos desmedidos do ego. Os Ordálios, administrados diretamente pelos Chefes Secretos da Ordem irão testá-lo na intenção de separar o curioso dos comprometidos.

Este ensaio, Thelema: Uma Nova & Amarga Verdade, foi escrito por Frater ON120 para divulgação de Thelema na Internet, através de seu blog, Escritos de Fernando Liguori. Ele está sendo publicado nessa edição de O Olho de Hoor como uma introdução ao sistema de Iniciação do Aeon de Horus, que será amplamente abordado nas futuras edições.

O Sagrado Anjo Guardião

A Pirâmide é, quem sabe, o símbolo mais adequado da aspiração espiritual. Sua construção começa pela base, estruturada em quatro pontos para sustentar apenas um no alto. No entanto, não se trata de uma tarefa fácil.

A construção da Pirâmide é a construção do Pentagrammaton, os quatro elementos sustentando o Espírito. A construção desse Pentagrama Mágico corre nos cinco primeiros Graus da A∴A∴ quando, no Grau de Adeptus Minor 5°=6 o Candidato é admitido a Cripta dos Adeptos e conquista a Iniciação de Tiphereth na Árvore da Vida através do Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião.

Nesse processo, o Candidato deve superar a inércia da encarnação e a identificação com a Imagem Fatal da Natureza, quer dizer, o mundo profano. Esse tema é desenvolvido por Soror Ilyarun376, Neófito 1°=10 da A∴A∴, nesse texto que narra sua experiência da Visão do Sagrado Anjo Guardião.

A iniciação decorrente da Visão do Sagrado Anjo Guardião, que ocorre em Malkuth, no Grau de Neófito, opera em Nephesh. No entanto, o processo de mudança, no início, é completamente inconsciente ao Candidato. Liber LXV sugere:

“A praga do lobo não é tão cortante como o aço; ainda assim ela perfura o corpo mais sutilmente.”

Outro nome para praga do lodo é monge de capuz, devido à flor que quando se abre parece o capuz do robe de um monge. A interpretação tradicional considera que a forma do capuz do monge – O Eremita – seja uma referência a letra Yod (y). A praga do lobo também é considerada um veneno mortal. O aço, por outro lado, é um emblema apropriado do intelecto. Na passagem acima, o Sagrado Anjo Guardião não se identifica com o aço do intelecto, mas com a bela flor que cresce da terra, quer dizer, o Nephesh. A ação do veneno não é tão cortante como a violenta penetração do aço. Em outras palavras, trata-se de uma iniciação que começa nos níveis inconscientes da mente, operando de maneira estável, silenciosa e sistemática. A primeira interação entre o Candidato e o Anjo trata-se de um beijo:

“Assim como beijos perversos corrompem o sangue, também as minhas palavras devoram o espírito do homem. Eu respiro, e há infinita doença no espírito. Como um ácido corrói o aço, como um câncer que corrompe totalmente o corpo; assim sou Eu sobre o espírito do homem. Eu não descansarei até que eu tenha dissolvido isso tudo.”

Na Alquimia, esse processo é definido como Fermentatio. Trata-se da quinta transformação alquímica que se inicia na Putrefação da criança que resulta da Conjunção, caminho que leva a morte e o renascimento em um novo nível de consciência. Psicologicamente, o processo do Fermentatio se inicia com a inspiração de um poder espiritual que vem do Alto e que reanima, reenergiza e ilumina o Candidato. Após o negro da Putrefação, vem o amarelo da Fermentação, que parece uma cera dourada fluindo da matéria da Alma. Seu início é anunciado por uma demonstração de cores brilhantes e visões cheias de significados chamadas de a cauda do pavão.

O processo da Fermentação pode ser alcançado através de várias práticas espirituais que incluem intensa oração, desejo ardente pela união mística, quimiognose ou meditação profunda. A Fermentação é uma vivência inspirada de algo totalmente além de nós mesmos. Essa é a Visão do Sagrado Anjo Guardião experienciada pelo Neófito da A∴A∴.

A Magia & o Misticismo de Liber 418

No fim de 1909, Aleister Crowley e Victor Neuburg empreenderam uma serie de explorações astrais que resultaram na obtenção de trinta e três visões místicas – mais duas recebidas em 1900. Essas visões foram publicadas no The Equinox, Vol. I, No. 5 como Liber XXX Aerum vel Saecule sub figurâ CCCCXVIII, Sendo os Anjos dos 30 Aethyrs, A Visão & a Voz. Popularmente, essa esplendorosa coleção de visões dos planos sutis é conhecida apenas como A Visão & a Voz. Para os thelemitas, este texto é tão importante quanto O Livro da Lei.

Aleister Crowley foi o primeiro Ocultista a produzir um relatório completo acerca da exploração dos 30 Aethyrs do sistema enochiano. Estes aethyrs podem ser considerados planos sutis de existência/consciência, começando do 30° e mais denso até o 1° e mais sutil. Através de sua exploração, Crowley conquistou níveis elevados de iniciação e no curso de vinte e oito dias ele Cruzou o Abismo, um incomensurável vórtice entre a consciência humana e divina. Nesta experiência ele transcendeu o nível de consciência ordinário e experimentou um estado de mente superior, não maculado pelo sentido de separação. Na linguagem da A∴A∴, ele passou do Grau de Adepto ao Grau de Mestre.

A beleza dessas visões reside no fato de descreverem estados sutis de consciência que, quando assimilados pelo leitor atento, revelam símbolos e imagens que transmitem não apenas seu estado prístino e elevado, mas abrem portas para que o Candidato compreenda a Travessia do Abismo, a derrocada do Aeon de Osiris e o estabelecimento do Aeon de Horus e a revelação de Babalon, emblemas que suportam o Nascimento de um Mestre, quando o Adepto ganha acesso a Cidade das Pirâmides e torna-se parte do Conselho Secreto da Ordem. É impossível compreender Thelema ou a Iniciação no Aeon de Horus sem o exame acurado dessas visões.

Ao relatar as visões, Crowley forneceu dados importantes como o dia, a hora e o local onde cada uma foi recebida. Thelemitas inclinados ao estudo da Astrologia podem tirar bom proveito dessas informações, pois a análise astrológica e qabalística das visões fornecem inúmeros insights que ajudam a compreender o contexto geral da visão, desde as influências planetárias e zodiacais sobre Crowley a revelação dos símbolos e chaves ocultas no texto, fornecendo uma compreensão profunda do sistema thelêmico de iniciação.

Para a publicação desta primeira parte A Magia & o Misticismo de Liber 418, Frater ON120 incluiu um prefácio relatando sua experiência pessoal com a magia enochiana e uma introdução preparada por Frater Ehben53, abordando a corrente mágico-espiritual transmitida pelo Liber 418.

Especialmente para essa edição de O Olho de Hoor, Frater ON120 produziu um texto chamado Os Aethyrs & os Graus de Iniciação da A∴A∴. Um estudo comparativo entre os 30 Aethyrs e sua relação com os Graus da A∴A∴. No fim deste texto foi incluído um ritual enochiano simples, baseado na estrutura espiritual da Tradição de Thelema, com a formulação de pentagramas invertidos como na execução do Ritual da Marca da Besta. Foi uma oportunidade para abordar a questão do pentagrama invertido na magia cerimonial e a estrutura estelar que influencia o ritual. Para finalizar essa sessão, uma análise da visão do 30° Aethyr, TEX.

Na construção desses ensaios, a tradução de Liber 418 para o português, realizada por Frater Keron-, disponível na internet, foi utilizada livremente. Correções foram feitas quando houve a necessidade. A análise astrológica das visões foi amplamente baseada da obra de James A. Eshelman, Visions & Voices: Aleister Crowley’s Enochian Visions with Astrological & Qabalistic Commentary, e Oliver St. John, Ritual Magick.

A Força Mágica & a Magia Cerimonial

Trata-se de um ensaio curto sobre a invocação da Força Mágica ou Vontade de Chokmah. Neste texto, Frater ON120 delineia um ritual baseado na teogonia thelêmica para essa invocação.

Em 1914, diante do eminente colapso que eclodiu na Primeira Guerra Mundial, Aleister Crowley produziu um escrito chamado De Arte Magica. Tratava-se de um comentário sobre a Instrução Secreta do IX° O.T.O., Liber C vel Agape. No Capítulo XVII dessa instrução, Crowley fornece um plano geral em dez etapas como sugestão a uma construção adequada das fundações espirituais de qualquer iniciado. No entanto, as instruções envolvem o trabalho mágico da O.T.O. Para adequá-las a qualquer thelemita, Frater ON120 adaptou o plano geral para que pudesse ser utilizado de maneira diversa.

Técnicas de Magia Greco-Egípcia

Os escritos mais belos produzidos pela humanidade são inspirados por profundas experiências espirituais. Os textos herméticos e gnósticos dos primeiros séculos da era vulgar são exemplos brilhantes disso. Na medida em que as técnicas para se alcançar essas experiências foram em grande parte perdidas, existem indícios suficientes para que possamos restaurar seus mistérios em um sistema de iniciação.

Embora existam muitos sistemas de consecução espiritual, nenhum oferece a flexibilidade, a potência e os resultados rápidos provenientes de um caminho mágico autêntico. O sistema de magia greco-egípcia explorado nesta publicação resgata as técnicas utilizadas pelos magistas e sacerdotes dos primeiros séculos, promovendo o acesso a experiências espirituais profundas, autoconhecimento e empoderamento.

O empoderamento primeiro vem com a compreensão de que no interior de cada um de nós existe um princípio divino, uma fonte ininterrupta de sabedoria à disposição. Trata-se, portanto, de assumir a condição divina inerente como um fato palpável, presente nas circunstâncias mais triviais do dia-a-dia.

A magia, desde os primórdios da humanidade, é o produto de milhares de anos de experimentação tecida nas mãos de magos zelosos. É uma ferramenta para o desenvolvimento espiritual. Um estudo nas escrituras da Suméria, Egito, Babilônia e Grécia indicam a continuidade de uma tradição em um alto nível de consistência. Isso demonstra que a magia greco-egípcia trata-se de uma tradição mágica que evoluiu com o tempo.

A magia nos tempos antigos era utilizada como um mecanismo de empoderamento. Embora ela não forneça todas as respostas, sua prática responsável melhora a qualidade de vida. Nos tempos modernos, onde o ser humano se vê impotente perante as mazelas da vida, os problemas do trabalho e os conflitos interpessoais, a magia oferece um baluarte seguro. Através de sua prática esse tipo de tendência negativa da mente é completamente erradicado.

O objetivo da prática espiritual é a realização da Grande Obra. Por este termo, entendemos a realização do Pequeno no Grande ou a realização do Grande no pequeno. Nesse processo, inúmeros Candidatos à iniciação acumulam um vasto conhecimento através do estudo de livros. E isso é maravilhoso. No entanto, diante das situações cotidianas da vida, eles não conseguem realizar o conhecimento adquirido nos livros e inúmeros obstáculos se levantam a sua frente. Existe um ditado brasileiro que diz: quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece. Da mesma maneira, esses Candidatos dizem: quanto mais eu estudo menos eu coloco em prática. E este é o desafio: como levar para vida diária aquilo que se aprende nos livros?

Nosso objetivo é concluir a Grande Obra, não um Grande Estudo. Nesse caminho, deve haver um equilíbrio entre a teoria e a prática. Eu costumo dizer que o estudo faz parte da prática. A prática, no entanto, é a vida.

Ocultistas de poltrona acumulam conhecimento livresco apenas. Quando é esperado que eles coloquem em prática o que sabem, se comportam como profanos. Portanto, para levar o conhecimento dos livros para a vida é necessário uma mudança na orientação ou ponto de vista, quer dizer, é necessário ver o mundo com outros olhos. Sem essa nova orientação espiritual, a prática da magia greco-egípcia torna-se desprovida de sentido. Quando essa maneira distinta de enxergar o mundo começa a se concretizar, o empoderamento se realiza. Nasce disso uma nova consciência, centrada no presente, na realização da unidade entre todas as coisas, na bem-aventurança de encontrar nas ações simples do dia-a-dia a arte da magia.

Os escritos de Frater ON120 para essa seção de O Olho de Hoor têm a finalidade de reconstruir um culto antigo e autêntico de magia greco-egípcia, um sistema de iniciação completo baseado nas culturas do Egito, Babilônia, Suméria, Grécia e Oriente extremo, pelo qual magistas podem conquistar a Grande Obra.

Essas culturas desenvolveram um sistema de iniciação baseado, pelo menos em partes, na manipulação de energias planetárias. Eles procuraram dividir toda a estrutura da psique em sete categorias, as esferas planetárias. Cada esfera planetária correspondia a uma parte da alma e a centelha divina se via encapsulada no meio destes invólucros.

Essas categorias, as esferas planetárias, podem ser trabalhadas individualmente através de ritos de iniciação e o magista deve estender sua prática na vida diária. Esse sistema de iniciação greco-egípcio baseado nas esferas planetárias oferece um roteiro seguro para que o magista empreenda a jornada em busca do autoconhecimento e do crescimento interior. Através da aplicação prática das sucessivas iniciações é possível experimentar inúmeros arquétipos, constituindo um processo iniciático completo. Na medida em que o magista experimenta as iniciações e recebe permissão para explorar as esferas planetárias, inicia-se um processo alquímico de purificações e transformações internas.

A igreja cristã primitiva zelosamente destruiu os registros espirituais dessas culturas. No entanto, com a descoberta dos Papiros Mágicos Greco-Egípcios no início do Séc. XIX, deu-se início ao renascer da fênix da tradição greco-egípcia.

Os Papiros Mágicos Greco-Egípcios (PMGE) são a fonte principal desta coleção de ensaios sobre a magia greco-egípcia.

Rituais, Documentos & a Magia Sexual da O.T.O.

A O.T.O. é uma Ordem mágica e secreta que, desde o seus primórdios, manteve-se como zeladora de uma gnose sem precedentes na história do Ocultismo moderno. Como um relicário sagrado, a Ordem guardou um segredo capaz de retificar o homem, libertando-o do cativeiro degenerado de seus instintos mais primitivos, ensinando-lhe o empunhar bem sucedido da baqueta mágica. Este mistério, acessível somente aos Adeptos mais avançados da Ordem, popularmente ficou conhecido como magia sexual.

Em 1917, Theodor Reuss (1855-1923), o primeiro líder da Ordem, publicou uma encíclica bombástica:

“Que seja sabido que existe desconhecido ao grande público, uma Ordem muito antiga de sábios cujo objetivo é a melhoria e evolução espiritual da humanidade por meio da conquista do erro, auxiliando homens e mulheres em seus esforços para reconhecer a verdade. Esta Ordem já existia nos tempos mais remotos e há muito tem manifestado a sua atividade em segredo e abertamente no mundo com nomes diferentes e de várias formas: ela causou revoluções sociais e políticas e provou ser a rocha da salvação em tempos de perigo e infortúnio. A Ordem sempre empunhou a bandeira da liberdade contra a tirania em qualquer forma que esta aparecesse, seja clerical, despotismo político, social ou opressão de qualquer tipo.

A esta «ordem secreta» toda pessoa sábia e espiritualmente iluminada pertence por direito de sua natureza: pois todas, mesmo não sendo pessoalmente conhecidas, são um na sua finalidade e objetivo e todas elas trabalham sob a orientação de uma luz da verdade. Nesta Sociedade Sagrada ninguém pode ser admitido por outro, a menos que tenha o poder de entrar por si mesmo em virtude de sua própria iluminação interior e nem pode alguém depois de ter entrado uma vez ser expulso, a menos que expulse a si mesmo, tornando-se infiel aos seus princípios, esquecendo novamente as verdades que aprendeu por experiência própria.

Tudo isso é sabido pela pessoa iluminada.

Mas é conhecido apenas por poucos que existe também uma organização externa, visível aos homens e mulheres que, tendo encontrado o caminho para o real autoconhecimento e viajado por areias escaldantes, estão dispostos a dar aos outros desejosos de entrar nesse caminho o benefício de sua experiência, atuando como guias espirituais para aqueles que estão dispostos a serem guiados.

Enquanto inúmeras sociedades, associações, ordens, grupos etc. foram fundadas nos últimos trinta anos em todas as partes do mundo civilizado, todos seguindo alguma linha de estudo oculto, ainda há apenas uma antiga organização de místicos verdadeiros que mostram ao buscador a Estrada Real para descoberta dos Mistérios Perdidos da Antiguidade e o desvelamento da Única Verdade Hermética.

Essa organização é conhecida no presente como:

Antiga Ordem dos Templários Orientais

Ordo Templi Orientis

Senão: Fraternidade Hermética da Luz

É uma Escola Moderna da Magia. E como as antigas escolas de magia, ela deriva seu conhecimento do Oriente. Este conhecimento nunca foi revelado ao profano, pois deu imenso poder para o bem ou o mal aos seus possuidores. Foi gravado em símbolos, parábolas e alegorias, exigindo uma chave para a sua interpretação.

Os símbolos e glifos da Maçonaria foram originalmente derivados desse mistério mais antigo.

Esses símbolos da antiga Maçonaria, dos Rosa-cruzes, a arte sacra dos antigos Chemi (egípcios), a corrente dourada de Homero etc. são diferentes aspectos de Aquele Grande Mistério. Todos eles requerem uma chave para revelar seu real significado subjacente. Existe, no entanto, apenas uma Chave Correta e ela deve ser utilizada da maneira correta.

Essa chave pode ser colocada ao alcance de todos aqueles que estão preparados desinteressadamente para estudar e trabalhar por sua posse, se candidatando como membros da Ordem dos Templários Orientais «O.T.O.».

A O.T.O., Ordo Templi Orientis, é um corpo de iniciados em cujas mãos está concentrado o segredo do conhecimento de todas as Ordens Orientais e de todos os graus maçônicos existentes. Seus chefes são iniciados no mais alto posto e reconhecidos como tal por todos capazes de tal reconhecimento em todos os países do mundo. A Ordem é internacional e tem conexões existentes em todos os países civilizados do mundo.”

Esse manifesto, nascido no âmago de uma comunidade vegetariana isolada na Suíça, fez fervilhar o caldeirão imaginário da mente de muitos buscadores em um tempo em que a Europa estava cansada e dividida, antes pela Revolução Russa e logo em seguida pela Primeira Grande Guerra. Não era para menos. Reuss alegava participar e liderar uma comunidade de adeptos possuidores de um segredo inigualável, que deixava para trás anos de conhecimentos esotéricos há muito obsoletos. Ele inaugurava uma nova era de revolução hermetista, pois estava disposto a colocar a prova o Arcano que compunha o cerne de todas as escolas e tradições: o sábio uso da Corrente Ofidiana.

Os mistérios mais antigos eram de uma natureza física e não metafísica. Havia uma versão esotérica e exotérica deles. Todavia, a metafísica era a versão exotérica e não vice-versa. Isso é provado no décimo sétimo capitulo de O Livro dos Mortos, um dos mais antigos livros conhecidos pelo homem. Aqui, lado a lado com o texto original, aparece um comentário do sacerdote iniciado, explicando a prática de acordo com o método da Gnose ou Tradição Mágica. A sabedoria secreta, oral ou oculta incorporada no comentário refere-se às origens físicas dos conceitos abstratos que aparecem no texto; as questões espirituais são explicadas em termos de fenômenos físicos, mais precisamente fisiológicos. Estas explicações eram geralmente reservadas aos adeptos iniciados e a razão para sua ocultação era devida a natureza física da Gnose, a qual se tornou, na verdade, a sabedoria proibida de eras posteriores. Os antigos podem não terem estado familiarizados com a psicologia, a sexologia e a endocrinologia como conhecidas hoje, mas eles muito certamente estavam familiarizados com o uso oculto da Corrente Ofidiana, cujo manuseio impróprio leva ao desastre.

Com o passar das eras a humanidade perdeu essa «visão», passando a olhar para fora e se esquecendo do universo interior. O exotérico tornou-se esotérico e o Arcano Oculto perdeu-se nas noites do tempo. Nesse período, as religiões e cultos de massa começaram a nascer e a visão psico-fisiológica dos processos espirituais se condensou nas mãos de poucos adeptos.

No intuito de resgatar este relicário perdido, a O.T.O. encerra os mistérios da magia sexual. Essa técnica se baseia na premissa de que nenhuma causa pode ser impedida de seu efeito. Qualquer descarga de energia, de qualquer natureza, tem um efeito em todos os planos. E se por algum motivo os resultados em um plano são impedidos, eles se manifestam em outro. A descarga de energia nunca é perdida e ela forma uma imagem astral da ideia dominante na mente no clímax da cópula. A expansão da consciência produzida por um orgasmo magicamente controlado projeta no astral a imagem produzida pela mente. Por esta razão, o Arcano sempre foi mantido longe da mente profana. Na mente ordinária, essa ideia é geralmente uma imagem luxuriosa. Isso cria uma tendência, um hábito «saṃskāra» que se fixa na mente. Consequentemente isso se torna cada vez mais difícil de controlar. Os membros da O.T.O. são treinados em erradicar essa tendência negativa antes de serem admitidos ao Soberano Santuário da Ordem, pois somente um adepto pode manipular com impunidade a corrente sexual e administrar com sabedoria as volições da Serpente de Fogo. Se o buscador despreparado se aventura nesse terreno perigoso, sua prole mágica será, sem sombra de dúvida, uma horda de obsessores dos mais variados tipos. O abuso e a execução deliberada do Arcano engendra entidades qliphóticas, fantasmas compostos de matéria tênue que dominam a estrutura psíquica e se alimentam de fluídos nervosos.

O adepto treinado evoca imagens específicas que se tornam instantaneamente vivas. Elas são conexões dinâmicas com os centros mais sutis e profundos da consciência e atuam como catalisadores para a finalidade da operação mágica. O objetivo da magia sexual é, portanto, encarnar essas imagens através do uso correto da energia. Para isso, é necessário formular a vontade com cuidado e estrita economia de meios. Não deve haver nada na mente no momento do orgasmo exceto a imagem da «criança» que se pretende trazer ao nascimento. Mas mesmo o alto iniciado tem de se resguardar de possíveis obsessões trazidas dos recessos mais profundos do subconsciente. Para isso ele invoca guardiões mágicos e instaura guardianias em todas as direções do espaço.

Na linguagem do Culto Theriônico, nós podemos dizer que Magia é a Ciência e a Arte de causar Mudança em conformidade com a Vontade. Isso requer uma fusão total da mente e o corpo. A mente é a fonte da imagem e é a função do corpo reproduzir essa imagem em seu próprio plano. Em outras palavras, a Vontade deve ser incorporada e ser transformada em carne. Magia é o meio técnico para se encarnar a Criança-Vontade «thelema». O homem é a mente; a mulher é o corpo. Sua polarização no congresso sexual gera um êxtase criativo que serve como uma matriz da qual a Criança emerge. A união apaixonada dos opostos é a fórmula do Aeon de Horus, o Aeon da Criança «Coroada e Conquistadora», porque encarna a Palavra de seu genitor; neste sentido é Ra-Hoor-Khuit – o universo recreado de acordo com a Vontade; o resultado da Magia. O Homem é a Palavra; a Mulher é o Ato; a Criança é a Palavra feita carne pelo Ato. Esta é a magia do IX° O.T.O. Somente quando a mente e o corpo se encontram em concordância, i.e. quando a mente concentra a imagem ou «criança» que o corpo está para parir, é que o ato de criação mágica é possível. Essa criança é raramente uma criança humana, mas é física no sentido que influencia o plano material.

A mente é o undécimo sentido ou princípio sutil e reside no ājñā-cakra. O corpo é a soma total dos cinco órgãos dos sentidos e seus correspondentes objetos; ele está concentrado no mulādhārā-cakra, o cakra fundamental. A mente é a máquina mágica que cria a imagem; o corpo é necessário para dar-lhe expressão e para projetar-lhe na esfera material.

O Aeon da Criança Coroada e Conquistadora é uma maneira simbólica de dizer que na presente era o homem aprenderá como materializar o pensamento e torná-lo verdadeiramente criativo. Por meio desta magia sexual de Thelema será possível produzir uma raça de seres que serão de todas as maneiras superiores àquela gerada pela utilização casual – mais corretamente, abuso – das energias sexuais.

Em termos mágicos, a criança é a prole da Vontade «phallus» e da Imaginação ou a faculdade de criar imagens «kteis». Em outras palavras a criança é o Logos de Thelema e Agape. «Coroada e Conquistadora» descreve a criança-amor como sujeito da Vontade; daí «amor sob vontade» ser a fórmula da magia; é também a fórmula do IX° O.T.O. O Bebê no Ovo mencionado n’O Livro da Lei é a mágica criança-pensamento em sua cápsula áurica ou ākāśica, pronta para ser lançada para dentro do espaço «i.e. o ventre de Nuit».

O tema central discutido nos textos dessa seção, Documentos, Rituais & a Magia Sexual da O.T.O., é o papel da sacerdotisa na Ordem. A Fórmula Mágica da O.T.O. é essencialmente fálica. Seus mistérios são adequados à fisiologia masculina e ao contrário do que muitos pensam, a Ordem não oferece cátedras sobre magia sexual. Esses mistérios são transmitidos através dos Rituais de Iniciação, incluindo a Missa Gnóstica, principalmente.

Através de uma jornada pelos rituais e mistérios da O.T.O., Frater ON120 propõe uma discussão acerca do papel da mulher na Ordem, principalmente nos Graus mais avançados, uma vez que os mistérios transmitidos estão mais adequados ao homem do que a mulher.

Os Comentários Mágicos & Filosóficos do Livro da Lei

O Livro da Lei é a pedra-angular do trabalho thelêmico. Seu conteúdo altamente cifrado pode levar a inúmeros erros de interpretação, distanciando o Candidato do Coração da Filosofia de Thelema: a Verdadeira Vontade.

Crowley havia previsto que isso pudesse acontecer. Na salvaguarda de interpretações equivocadas, ele produziu um comentário inicial:

“O estudo deste Livro é proibido. É sensato destruir esta cópia depois da primeira leitura.

Seja quem for que desdenhe isto faz assim o seu próprio risco e perigo. Estes são os mais terríveis.

Aqueles que discutem o conteúdo deste Livro estão para ser evitados por todos, como centro de pestilência.

Todas as dúvidas da Lei são para serem decididas unicamente por recurso aos meus escritos, cada qual por si mesmo.

Não existe lei além de Faz o que tu queres.”

Os Comentários Mágicos & Filosóficos do Livro da Lei é o comentário popular autorizado por Crowley. Ele foi publicado por Kenneth Grant com este mesmo título em 1974. Nessa edição Kenneth Grant compilou dois comentários de Crowley e adicionou introdução e anotações. Para essa edição de O Olho de Hoor, Frater ON120 manteve somente o Novo Comentário, traduzido para o português por Marcelo Motta e publicado pela O.C.T. em 2000 como Os Comentários do AL.

Ele manteve também sua própria tradução de O Livro da Lei, revisando apenas o texto do comentário traduzido por Motta. Como introdução ao texto, foi inserido um extrato do ensaio de Grady McMurtry para sua edição de Os Livros Sagrados de Thelema. Frater ON120 manteve a introdução original de Crowley para edição de 1938 de O Livro da Lei e sua nota produzida em 1925, enriquecendo o texto.

Yoga Dṛṣṭi

No sistema de iniciação da A∴A∴, o yoga ocupa uma posição fundamental. É através das práticas yogīs que o magista se capacita adequadamente para a magia. No entanto, mais de cem anos se passaram desde a fundação da Ordem e o que se vê no cenário thelêmico atual é um descaso profundo com relação ao yoga. As publicações thelêmicas que tratam do assunto, no Brasil e no exterior, carecem de profundidade. No que concerne ao yoga, os thelemitas ficaram estagnados nos anos 20. Desde a fundação da Ordem, muito se descobriu sobre o yoga e a maioria das instruções deixadas por Crowley precisam de atualização.

Essa estagnação se dá principalmente por falta de interesse e por apego ao tradicionalismo. No entanto, certo é que o tradicionalismo não significa, fundamentalmente, tradição. Uma tradição que não evolui não pode ser chamada de tradição, pois o nome implica continuidade. No entanto, os tempos mudam e a humanidade evolui. Será possível dar continuidade a tradição se valendo de métodos ultrapassados? Não, pois o que garante a continuidade da tradição é sua capacidade de se adaptar aos novos tempos, desenvolvendo uma linguagem que dê acesso ao corpo da tradição, sem perder nesse processo a essência da doutrina.

A finalidade desta coluna, Yoga Dṛṣṭi, é fornecer informações seguras e precisas acerca do yoga e sua prática. Uma ênfase nessa seção é dada a construção do sādhanā, a prática espiritual.

Frater ON120 abre a coluna Yoga Dṛṣṭi com uma introdução, explicando sua visão do yoga, baseada nos ensinamentos de dois grandes Mestres espirituais, Swāmi Satyānanda e Swāmi Niranjan, os quais ele considera serem seus Gurus nesse caminho. Os dois textos que seguem, também de sua autoria, tratam de uma visão geral e introdutória acerca do yoga de Patañjali e os métodos que o yoga dispõe para organizar as funções da mente. Em seguida, um texto de Swāmi Niranjan acerca da prática yogī da Bhagavadgītā.

Os textos dessa seção foram transcrições de satsangas e cátedras sobre yoga. Os três primeiros textos são palestras proferidas por Frater ON120 aos alunos do Curso de Formação em Yoga do Instituto Kaula em 2011. O texto de Swāmi Niranjan é a transcrição de um satsanga realizado em Gaṅga Darśan, Índia.

Características

Número de páginas 357
Edição 1 (2015)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Coloração Preto e branco
Tipo de papel Couche 90g
Idioma Português

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Fernando Liguori

Fernando de Ligório é, antes de qualquer definição, um eterno buscador. Ele se vê como um adepto do Caminho da Mão Esquerda e mago negro, caminhante do sendendeiro ou espiritualidade das sombras e transmissor da Arte dos Sábios ou Ars Nigra. O termo negro aqui não deve ser interpretado pejorativamente, mas como uma sabedoria arcana das sombras ou espiritualidade noturna. Um mago negro é, portanto, conhecedor da Arte Negra (feitiçaria, necromancia, culto aos ancestrais, contato com espíritos etc.).

Escritor interessado em magia na Antiguidade, teurgia/filosofia clássica neoplatônica, qabalah, religião e feitiçaria brasileira (umbanda, quimbanda e culturas ayahuasqueiras) , mediterrânea e europeia, cura holística, xamanismo, tantra, yoga e ayurveda (cultura védica) e thelema.

Hermetista há 30 anos ministrando cursos, seminários, treinamentos mágico-espirituais e iniciações.

Especialista no método de iniciação proposto por Aleister Crowley, tendo sido instrutor da Astrum Argentum por 20 anos.

Especialista no método e síntese da magia cerimonial ensinada por Cornélio Agrippa.

Especialista nos grimórios da Tradição Cripiânica (ciprianófilo) de São Cipriano de Antioquia.

Especialista no método de Teurgia Clássica Neoplatônica de Jâmblico.

Especialista em magia na Antiguidade: Papiros Mágicos-Greco-Egípcios e Papiros Mágicos Gregos.

Especialista em Yoga e Tantra (tantra-śāstra e yoga-śāstra).

Terapeuta Āyurveda.

Mestre Reiki

Atualmente vem se especializando na tradição dos grimórios, necromancia e demonologia medievais.

Adepto de Quimbanda Matriz.

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